Em muitos países da Ásia, as perigosas "terapias" que tentam "curar" pessoas LGBT+ seguem deixando suas vítimas com traumas físicos e mentais permanentes.
Crianças e adolescentes são especialmente vulneráveis a esforços para "corrigir" sua orientação sexual, identidade e expressão de gênero.
É por isso que estamos pressionando pra garantir proteções específicas pras pessoas LGBT+ em vários países da Ásia.
Junto com a organização ILGA Asia, a All Out lançou uma campanha ampla pedindo pela proibição legal das falsas "terapias de conversão" na Índia, em Bangladesh, no Sri Lanka e na Indonésia.
"Terapias de conversão", também conhecidas como é um termo usado para descrever práticas nocivas e violentas que tentam mudar a orientação sexual, identidade de gênero ou expressão de gênero de uma pessoa pra que elas "deixem de ser" LGBT+. Só que isso não é possível.
São praticas muito danosas que se baseiam na ideia falsa de que ser LGBT+ é uma doença, ou algo incorreto e impróprio e que precisaria ser "corrigido". Elas causam muita dor e sofrimento – que levam a traumas psicológicos e físicos que acompanham as pessoas sobreviventes pelo resto da vida.
As estratégias aplicadas para tentar "corrigir" as pessoas LGBT+ podem ser difíceis de documentar porque acontecem em muitos momentos diferentes da vida de uma pessoa e, muitas vezes, em situações que requerem confidencialidade.
Mas, no geral, todas incluem violência psicológica. Em alguns casos, violência física também.
Algumas das táticas utilizadas segundo relatos de pelos sobreviventes:
Chantagem emocional
Humilhação pública
Jejum forçado
Nudez forçada
Punição física e penitência
Internação em clínicas ou retiros
Uso de métodos abusivos em psicoterapia ou aconselhamento
Longos períodos de oração forçada
Aconselhamento religioso
Hipnose
Trabalho físico extenuante e abusivo
Exorcismo
Recondicionamento masturbatório
Ingestão ou aplicação de hormônios sem consentimento
Ingestão ou aplicação forçada de drogas indutoras de náusea
Uso de drogas psicoativas sem prescrição médica
Eletrochoque
"Estupro corretivo"
As "terapias de conversão" têm conseqüências graves e permanentes, como:
Ideação suicida
Tentativas de suicídio
Depressão
Transtorno alimentar
Isolamento social
Transtorno de estresse pós-traumático
Sensação de inutilidade
Sensação de inadequação
Dificuldade em confiar em pessoas e instituições
Auto-aversão
Auto-flagelo
Ansiedade
Perda da auto-estima
Disfunção sexual
Ativistas e sobreviventes das chamadas "terapias de conversão" na Ásia corajosamente decidiram falar de suas experiências e lutar pela proibição total destas práticas em suas regiões.
Precisamos fazer com que suas vozes ecoem por muitos lugares pra informar sobre a terrível realidade das "terapias de conversão" na Ásia.
Ouça as histórias de sobrevivência e resiliência.
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Tashi, da Índia
Aos 22 anos, os pais de Tashi o forçaram a visitar um "curandeiro" para supostamente "curá-lo".
Tarin Tani, de Bangladesh
Quando Tarin Tani era estudante, ela se revelou uma mulher trans sua família. Foi aí que a tortura começou. "Se me contassem que minha mãe e meu pai podiam ser tão cruéis, eu não teria acreditado", diz ela.
Sudipta Das, da Índia
Sudipta era menor de idade quando expuseram sua identidade LGBT+. Elu foi forçade a passar por "terapias de conversão". "Tive que aprender a sobreviver sem o amor das pessoas que deveriam amar e cuidar de mim", disse.
Dimithri Wijesinghe, do Sri Lanka
Dimithri é uma advogada de direitos humanos que luta por justiça para as vítimas de "terapias de conversão" e pela proibição dessas práticas no Sri Lanka.
Arisdo Gonzalez, da Indonesia
Arisdo Gonzales é um sobrevivente das "terapias de conversão" na Indonésia. Hoje, ele trabalha com uma organização de juventude que ajuda jovens LGBT+ como ele.
A All Out, juntamente com nossas organizações parceiras locais, segue lutando pela proibição total das chamadas "terapias de conversão" em todo o mundo. Já estamos tendo sucesso em algumas dessas campanhas.
COLÔMBIA
Quase 30 mil pessoas de todo o mundo já assinaram o abaixo-assinado pra pressionar o Congresso colombiano a aprovar a lei "Inconvertibles" e banir as "terapias de conversão" da Colômbia!
BRASIL
De acordo com especialistas, inclusive a ONU, as ""terapias de conversão"" são um tipo de tortura. É por isso que estamos pressionando pela inclusão de proteções específicas para pessoas LGBT+ na lei brasileira contra a tortura.
RÚSSIA
Um grupo LGBT+ da Rússia lançou um abaixo-assinado na Megafone, a plataforma da All Out, pra pressionar pela proibição das "terapias de conversão" em seu país.
PORTUGAL
Pedro, uma pessoa da comunidade da All Out lançou um abaixo-assinado na Megafone, a plataforma da All Out, pra lutar pela proibição das "terapias de conversão" em Portugal.
UNIÃO EUROPEIA
Uma pessoa da comunidade da All Out lançou um abaixo-assinado na Megafone, plataforma da All Out, pedindo que a União Europeia pressione seus estados membros pela proibição total das chamadas "terapias de conversão" na região.
ITÁLIA
A organização Possibile LGBTI+, lançou um abaixo-assinado na Megafone, plataforma da All Out, pra lutar por legislação contra as ""terapias de conversão"" na Itália.
REINO UNIDO
Em 2018, o governo britânico se comprometeu a erradicar as "curas gays". Porém, desde então, nada aconteceu.
HOLANDA
Artem, uma pessoa da comunidade da All Out lançou um abaixo-assinado na Megafone, a plataforma da All Out, pra proteger as pessoas LGBT+ na Holanda das "terapias de conversão".
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS)
A All Out e o ativista Xiao Zhen exigiram da Organização Mundial da Saúde a condenação das "curas gays". Mais de 100 mil pessoas adicionaram seus nomes à campanha. Xiao Zhen venceu uma disputa judicial contra uma "clínica" chinesa que relizava essas préticas e foi convidado para uma reunião especial com a OMS. Porém, clínicas de "cura gay" continuam surgindo na China.
SUÍÇA
As "terapias de conversão" ainda são permitidas na Suíça. Ativistas locais pedem uma proibição em nível nacional.
COLÔMBIA
Com o apoio de mais de 70 mil pessoas de todo o mundo que participaram da campanha, conseguimos apresentar um projeto de lei ao Congresso colombiano – o projeto de lei ""Invconvertibles"" – pra acabar com as ""terapias de conversão"" no país.
FRANÇA
Em 2021, a organização francesa Fédération LGBT iniciou um abaixo-assinado na Megafone, plataforma da All Out, e mais de 12 mil membros da All Out assinaram. Em 25 de janeiro de 2022, foi aprovada a lei que proíbe as ""terapias de conversão"" no país.
ALEMANHA
Em 2020, a All Out se juntou a grupos alemães de direitos LGBT+ e lançou um abaixo-assinado pedindo pelo fim dessas práticas no país – a Alemanha aprovou uma proibição parcial das "terapias de conversão".
A All Out só consegue realizar todas essas campanhas graças ao grupo de Apoiamores da All Out! Essas são as pessoas de todo o mundo que fazem pequenas doações mensais pra apoiar o nosso trabalho. E é com esse apoio que conseguimos entrar em ação sempre que necessário, lutando incansavelmente pela segurança, liberdade e dignidade das pessoas LGBT+ em todo o mundo.
Junte-se ao Apoiamores e comece sua doação mensal agora mesmo! Você vai colaborar diretamente com essa e outras campanhas na luta pra acabar com as chamadas "terapias de conversão".