Ser mulher no Brasil definitivamente não é fácil!
E os desafios são ainda maiores pra mulheres lésbicas e bissexuais, tanto cis quanto trans e travestis, faveladas.
As políticas públicas do governo pra apoiar a população LGBT+, por exemplo, quase nunca chegam na favela. E, por lá, o trabalho pelos direitos humanos, em geral, é iniciativa da galera da comunidade.
Uma dessas iniciativas é a Casa Resistências, que fica no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.
A Casa acolhe mulheres lésbicas, bissexuais, tanto cis quanto trans e travestis, das favelas – e também fortalece a comunidade com eventos, cursos e atividades.
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E pra esse lugar incrível continuar protegendo as mulheres lésbicas e bissexuais da Maré, a gente precisa da sua ajuda.
“Esse lugar salvou a minha vida.
Por conta da violência sofrida, eu estava à beira da loucura. Cheguei na Casa Resistências muito mal, mas fui recebida com afeto e cuidado profissional.
Sem a casa, eu provavelmente estaria vivendo na rua ou internada em algum manicômio. Era isso que minha família queria pra mim, porque sou lésbica.
Torço pra que a Casa Resistências seja autossustentável financeiramente, pra não ter risco de fechar.”
* Nome fictício
“A Casa Resistências deu uma luz para as meninas de dentro e fora do Complexo da Maré.
Meninas que antes eram obrigadas a passar por violências em relacionamentos ou até na família agora sabem que tem pra onde ir.
Me sinto mais segura em saber que um lugar assim existe.
Meu sonho é que a casa cresça sempre mais e que possa estar ajudando mais e mais pessoas dentro e fora da comunidade.”
“Vida longa a esse projeto. Tem muita lésbica, muita trans, muitas pessoas LGBT+ na Maré e às vezes a gente só precisa de um farol.
No início da pandemia, a Casa Resistências me ajudou com cestas básicas e até hoje eu continuo sendo acolhida.
Como mulher preta da favela, tem sido muito importante fazer as aulas de defesa pessoal e me conectar com as outras meninas.”
A Casa Resistências tem MUITO trabalho! E a equipe é toda de voluntárias. Então, a sua doação vai garantir que os projetos da Casa sigam avançando e mudando pra melhor as vidas das mulheres lésbicas e bissexuais da Maré.
Além de acolher por até 6 meses as mulheres que precisam passar um tempo lá pra se reerguer, a Casa Resistências é um lugar de produção cultural, afeto e empoderamento pras mulheres lésbicas e bissexuais da Maré.
Além disso, tem cursos diversos – como de autocuidado, defesa pessoal e coquetelaria – pra capacitar e proteger a comunidade da Maré.
O acesso aos cuidados de saúde mental é uma missão quase impossível pra uma pessoa LGBT+: é caro, tem pouca vaga no serviço público e, pra piorar, não é qualquer profissional que sabe acolher uma pessoa LGBT+.
Por isso, a Casa Resistências oferece acompanhamento psicológico pras mulheres lésbicas e bissexuais da favela que sofreram violência lesbofóbica ou bifóbica.
Durante sua estadia na Casa, as mulheres constroem seus “Mapas do Desejo” – um planejamento do que querem projetar e criar pras suas vidas.
Com base nesses desejos, a Casa Resistências pensa em políticas públicas e parcerias pra auxiliar que a mulher apoiada tenha condições socioeconômicas de retomar sua vida e seguir adiante com dignidade e protegida da violência.
A Casa Resistências faz parte da Coletiva Resistência Lésbica da Maré, que desde 2016 luta pelo direito de mulheres lésbicas e bissexuais, cis, trans ou travestis, faveladas.
O espaço fica no Complexo da Maré – uma das maiores favelas do Rio de Janeiro – e é o primeiro do Brasil com o recorte específico de acolhimento a mulheres lésbicas faveladas, abrigando vítimas que foram expulsas de casa por lesbofobia.
Atuando como um abrigo temporário, a Casa Resistências tem capacidade de abrigar até 6 mulheres por um período de 3 a 6 meses, de acordo com a necessidade.
Sabendo de todas as dificuldades enfrentadas por mulheres lésbicas faveladas no Brasil, a Casa Resistências surge como a possibilidade de um novo recomeço para essas mulheres.